A Vida é Bela é uma comédia e por isso desperta fúria e comoção. Fúria porque para alguns judeus e os politicamente corretíssimos o massacre nazi-fascista não deveria jamais servir de argumento para uma história tão leve e bem-humorada sobre o sofrimento no holocausto. Comoção porque conta a luta heróica de um pai determinado em fazer da guerra um jogo pueril para proteger o filho da cruel realidade dos seguidores de Hitler e Mussolini.
Não que a metáfora não sirva para amplas discussões: Guido chama as ações nos campos de concentração de gincana onde os judeus que seguirem as regras - esconderem-se, manterem-se em silêncio e não pedirem por comida - ganham pontos e concorrem a um tanque de guerra. A produção comove e convence sobre como a sétima arte pode emocionar com situações insólitas aliadas a fragmentos de realidade. Uma fábula humanista sem propósitos políticos, nem objetivo de deturpar a história.
Guido e a família:
vida feliz e
tranqüila antes
do holocausto
E as coincidências se estendem a outras caracteríticas das produções: as duas têm entre seus principais personagens uma senhora chamada Dora e um garoto de nome Josué ou Giosuè (em italiano), a italiana já recebeu 30 prêmios em festivais e votações de público e crítica em todo o mundo e a brasileira 28. Sem falar nas atuações impecáveis dos protagonistas Roberto Benigni( também co-roteirista e diretor) e Fernanda Montenegro.
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